domingo, 16 de agosto de 2015
domingo, 9 de agosto de 2015
BIOTECNOLOGIA - OS TRANSGÊNICOS
“O homem é do tamanho do seu sonho”
Fernando
Pessoa
Biotecnologia
Entende-se por biotecnologia
o conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para a
obtenção de produtos específicos ou
modificação de produtos. A biotecnologia também utiliza o DNA em técnicas de DNA recombinante.
A biotecnologia é a utilização de processos biológicos para produzir bens
(produtos químicos, alimentos, combustíveis e medicamentos), e serviços. Os
serviços que pode oferecer a biotecnologia incluem o tratamento de resíduos ou
o controle da contaminação.
A biotecnologia utiliza células vivas ou
produtos sintéticos proveniente destas células, como por exemplo, as enzimas.
As células podem proceder de plantas ou animais, ou podem ser micro-organismos
como as leveduras o as bactérias.
A utilização de diferentes técnicas e
procedimentos nos processos de produção dos produtos integra a funcionalidade
da biotecnologia. Grosso modo podemos dizer que a biotecnologia existe há muito
tempo, desde os tempos antigos, nos processos de fabricação de queijo, cerveja
e demais alimentos que necessitem do processo de fermentação.
Com o avanço da biotecnologia atual, as técnicas
de genética molecular contribuíram para a produção de proteínas essenciais ao
corpo humano com, por exemplo, a insulina, hormônios de crescimentos e para o
controle dos sintomas da menopausa. Vale ressaltar a possibilidade da produção
de vacinas com reagentes sintéticos que não contém material viral como nas
vacinas convencionais.
Algumas técnicas
biotecnológicas utilizadas
·
Cultura
de Tecidos Vegetais
A plantas apresenta capacidade de
originar uma nova planta, a partir de qualquer parte dela, por meio da ativação
e da repressão de genes. Isto chama-se totipotência celular.
Essa técnica é usada quando queremos
obter plantas livres de doenças; multiplicar, rapidamente, um grande número de plantas;
obter híbridos que não podem ser obtidos pela polinização natural; fundir
células de origens diferentes; preservar banco de germoplasma; obter plantas
haploides, ou seja, com metade do número de cromossomos da espécie; obter
variantes somaclonais, que são plantas que sofrem mutações espontâneas, entre
outras finalidades.
·
Clonagem
Esse é um processo simples, que consiste na formação de
seres geneticamente iguais, por ocorrer a reprodução assexuada. Pode acontecer
de modo natural como nas bactérias assexuadas ou por intervenção humana. Nesse
caso um animal fêmea, por exemplo, doa um óvulo, o qual será removido o núcleo
e implantado o núcleo de outra célula de um outro indivíduo de mesma espécie,
podendo o doador ser macho ou
fêmea. O óvulo será implantado numa
fêmea, geralmente a doadora do óvulo e se desenvolver irá originar um novo
indivíduo clonado.
Lei da Biossegurança
Art. 2o As
atividades e projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao ensino
com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico e à produção industrial ficam restritos ao âmbito de entidades de
direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos
preceitos desta Lei e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais
conseqüências ou efeitos advindos de seu descumprimento.
§ 1o Para os fins desta Lei, consideram-se
atividades e projetos no âmbito de entidade os conduzidos em instalações
próprias ou sob a responsabilidade administrativa, técnica ou científica da
entidade.
§ 2o As atividades e projetos de que trata
este artigo são vedados a pessoas físicas em atuação autônoma e independente,
ainda que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas
jurídicas.
§ 3o Os interessados em realizar atividade
prevista nesta Lei deverão requerer autorização à Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança – CTNBio, que se manifestará no prazo fixado em regulamento.
§ 4o As organizações públicas e privadas,
nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de
atividades ou de projetos referidos no caput deste artigo devem exigir a
apresentação de Certificado de Qualidade em Biossegurança, emitido pela CTNBio,
sob pena de se tornarem co-responsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do
descumprimento desta Lei ou de sua regulamentação.
Art. 3o Para os efeitos desta Lei,
considera-se:
I – organismo: toda
entidade biológica capaz de reproduzir ou transferir material genético,
inclusive vírus e outras classes que venham a ser conhecidas;
II – ácido
desoxirribonucléico - ADN, ácido ribonucléico - ARN: material genético que contém
informações determinantes dos caracteres hereditários transmissíveis à
descendência;
III – moléculas de
ADN/ARN recombinante: as moléculas manipuladas fora das células vivas mediante
a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam
multiplicar-se em uma célula viva, ou ainda as moléculas de ADN/ARN resultantes
dessa multiplicação; consideram-se também os segmentos de ADN/ARN sintéticos
equivalentes aos de ADN/ARN natural;
IV – engenharia
genética: atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN
recombinante;
V – organismo
geneticamente modificado - OGM: organismo cujo material genético – ADN/ARN
tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética;
VI – derivado de OGM:
produto obtido de OGM e que não possua capacidade autônoma de replicação ou que
não contenha forma viável de OGM;
VII – célula germinal
humana: célula-mãe responsável pela formação de gametas presentes nas glândulas
sexuais femininas e masculinas e suas descendentes diretas em qualquer grau de
ploidia;
VIII – clonagem:
processo de reprodução assexuada, produzida artificialmente, baseada em um
único patrimônio genético, com ou sem utilização de técnicas de engenharia
genética;
IX – clonagem para fins
reprodutivos: clonagem com a finalidade de obtenção de um indivíduo;
X – clonagem
terapêutica: clonagem com a finalidade de produção de células-tronco
embrionárias para utilização terapêutica;
XI – células-tronco
embrionárias: células de embrião que apresentam a capacidade de se transformar
em células de qualquer tecido de um organismo.
§ 1o Não se inclui na categoria de OGM o
resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de
material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de
ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação,
transdução, transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo
natural.
§ 2o Não se inclui na categoria de derivado
de OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos
biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante.
·
Células
Tronco
São
células que possuem a capacidade de se multiplicar e originar células idênticas
a si e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos que irão constituir um
corpo.
As células troncos podem se classificar:
*
quanto a sua diferenciação
-
Totipotentes: são as células tronco originárias
das primeiras divisões do óvulo fertilizado
-
Pluripotentes: Origina qualquer tipo de célula, menos a placenta e são
originárias das células totipotentes.
-
Unipotentes: produz um tipo de célula com características de auto renovação
-
Multipotentes: origina vários tipos de
células de modo limitado.
*
Em categorias:
-
Células embrionárias: células de origem dos blastocistos
-
Células tronco adultas: células encontradas em tecidos adultos
-
Células tronco da medula espinhal: as células tronco se diferenciam de acordo
com o desenvolvimento do embrião.
LEI DE BIOSSEGURANÇA
Artigo 5° da Lei de Biossegurança nº
11.105/05
Art. 5o É permitida, para fins de pesquisa e
terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões
humanos produzidos por fertilização in
vitro e não utilizados no
respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
I – sejam embriões
inviáveis; ou
II – sejam embriões
congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que,
já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três)
anos, contados a partir da data de congelamento.
§ 1o Em qualquer caso, é necessário o consentimento
dos genitores.
§ 2o Instituições de pesquisa e serviços de
saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas
deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês
de ética em pesquisa.
§ 3o É vedada a comercialização do material
biológico a que se refere este artigo e sua prática implica o crime tipificado
no art. 15 da Lei no 9.434,
de 4 de fevereiro de 1997.
Importância
da Produção de Células Tronco
Os cientistas apostam muito nas células embrionárias, por
elas serem as únicas capazes de produzir todos os 216 tecidos do nosso corpo. A
esperança é que inúmeras doenças, entre elas as neuromusculares, o diabetes, o
mal de Parkinson e as lesões de medula possam ser tratadas pela substituição ou
correção de células ou tecidos defeituosos. A terapia celular com
células-tronco representa também um grande avanço nas técnicas existentes hoje
de transplante de órgãos. Se as pesquisas derem os resultados esperados, deverá
ser possível no futuro fabricar tecidos e órgãos em quantidade suficiente para
todos. Seria o fim das longas filas de transplante de órgãos.
As pesquisas com células-tronco do adulto, por sua vez,
já foram iniciadas em pacientes cardíacos e em outras doenças como esclerose
múltipla, acidente vascular ou diabetes. Mas essas células têm algumas
limitações. Hoje, elas só podem ser transformadas em células de alguns dos
tecidos do corpo.
Outra técnica utilizada ainda experimentalmente é a de
auto-transplante na qual as células-tronco são retiradas e re-injetadas no
paciente para o tratamento de lesões cardíacas e na recuperação do tecido
nervoso de pessoas que sofreram acidentes vasculares. Mas ninguém sabe ainda se
o tratamento é eficiente - por enquanto, é uma tentativa terapêutica
experimental.
Terapia
Gênica
A terapia gênica consiste na deleção de genes deletérios ou na inserção de genes normais em
células de uma pessoa portadora de genes alterados e responsáveis por uma
determinada doença. Assim a pessoa poderá produzir células sadias evitando que a doença continue
se manifestando.
TRANSGENIA
Um indivíduo transgênico é aquele que recebe e incorpora genes de mesma
espécie ou de espécie distinta, portanto, um ser transgênico é qualquer
organismo que seja modificado geneticamente pelas técnicas de engenharia
genética. Ou seja, é qualquer organismo em que se tenha introduzido uma ou mais
seqüências de DNA (genes), provenientes de uma outra espécie ou uma seqüência
modificada de DNA da mesma espécie. As manipulações genéticas
contemporâneas consistem em adição, subtração (destruição), substituição, mutagênese,
desativação ou destruição de genes.
A transgenia é uma técnica utilizada na biotecnologia que pode ser
aplicada em animais ou vegetais.
Nem todo organismo geneticamente modificado (OGM) é transgênico, por que
há organismos que utiliza-se genes existentes no próprio indivíduo, os quais
são apenas “mudados de lugar”.
Produção
de um vegetal transgênico
Seleciona-se o gene ou os genes que será introduzido no outro organismo
pelo método de bombardeamento onde fragmentos de DNA são revestidos pelo metal
tungstênio ou ouro e são bombardeados no tecido vegetal que assimilaram os
genes para incorporarem ao seu genoma; ou por infecção por bactérias onde irão
infectar a planta a ser modificada e transportar os novos genes para o seu
genoma. Algumas bactérias transferem naturalmente alguns de seus genes para as
plantas. Em alguns casos o homem pode manipular o material genético da planta
para obter a característica desejada.
Etapas da
Produção de Plantas Transgênicas
- Identificação e isolamento do gene;
- Transferência do gene;
- Seleção das células que contenham o gene transferido;
- Regeneração de plantas;
- Expressão do gene nas plantas adultas.
Vantagens
1. O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional
essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da castanha
do Para passa produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arroz
geneticamente modificado produz vitamina A;
2. O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos
de doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas,
ou iogurtes fermentados com microorganismos geneticamente modificados que estimulem
o sistema imunológico;
3. A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso
garante estabilidade dos preços e custos de produção. Um microorganismo
geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães
o que reduz o preço deste ingrediente; Sem falar ainda que aumenta o grau de
pureza e a especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as
indústrias;
4. Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de
lavouras mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio
ambiente.
Desvantagens
1. O lugar em que o gene é inserido não
pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez
que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.
2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam,
como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em
animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza –
fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e
assegurar a integridade genética das futuras gerações.
3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do
cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em
áreas que plantam o mesmo
tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da
agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e
mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão
sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas
plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste
modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são
alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem.
Há evidências de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um
potencial aumento de
alergias em relação a cultivos convencionais.
Como se faz um transgênico
Para
fazer um transgênico, os cientistas usam a técnica de recortar o DNA de uma
espécie para depois colar esse fragmento recortado no DNA de
outra espécie.
O método mais comum
para produzir transgênicos utiliza uma bactéria como elemento intermediário.
O gene de interesse é introduzido na bactéria, que, depois, é usada para
infectar a célula de um animal ou planta. Ao fazer isso, a bactéria transfere
parte de seu DNA para o organismo que infecta e, junto, vai o gene de
interesse.
Algumas plantas –
tomate, batata, frutas cítricas e cenoura, por exemplo – são mais fáceis de
modificar geneticamente do que outras. Isso porque podem se regenerar em
laboratório a partir de uma única célula em cultura. E é muito mais
simples manipular genes em células isoladas do que em um organismo
multicelular inteiro.
Enzimas de restrição
O desenvolvimento de organismos
geneticamente modificados só foi possível com a descoberta das chamadas
enzimas de restrição, no início da década de 1960. Estudando o sistema de
defesa de certas bactérias diante de determinados vírus, os cientistas
perceberam que elas produziam um sistema de enzimas que reconhecia o DNA do
vírus invasor e o 'cortava' para, assim, desativá-lo. Essas enzimas ganharam
o nome de endonucleases de restrição, ou enzimas de restrição.
As enzimas de
restrição são como tesouras moleculares de enorme precisão: existem vários
tipos e cada tipo corta o DNA apenas nos locais onde existem sequências de
bases nitrogenadas nas quais conseguem se encaixar, fazendo a molécula se
transformar em fragmentos de tamanhos variáveis.
Bactéria, veículo de genes
As bactérias são usadas como veículo
de genes porque têm um fragmento circular de DNA chamado plasmídeo, que no
momento de uma infecção é transferido para o organismo infectado. É nos
plasmídeos que os genes de interesse são introduzidos. Eles são os vetores de
transgenia.
O vetor mais comumente usado em
plantas é um plasmídeo da bactéria Agrobacterium tumefaciens (o
plasmídeo Ti, ou indutor de tumor), que causa uma doença caracterizada por um
tumor muito grande. Os cientistas conseguiram criar maneiras de eliminar as
propriedades desses plasmídeos que causam os tumores, mantendo, no entanto,
sua capacidade de transferir seu DNA para as células das plantas.
|
DNA
RECOMBINANTE
A técnica de DNA
recombinante permite juntar na mesma molécula de DNA genes provenientes de
organismos diferentes, ou seja, possibilita retirar genes de uma espécie e
introduzir num microrganismo, que posteriormente se vai multiplicar e assim
produzir inúmeras cópias desse gene e consequentemente o produto desse gene. É
possível, por exemplo, introduzir um gene humano, numa bactéria, para que elas
produzam uma determinada proteína humana.
O
processo é simples e baseia-se em dois tipos de enzimas, as enzimas de
restrição e a enzima DNA ligase. Utiliza-se uma enzima de restrição, que tem a
capacidade de selecionar zonas especificas do DNA e cortar a sequencia nucleotídica
nesses locais específicos, para obter o gene de interesse de uma espécie. Esse
gene de interesse é posteriormente colocado num vector, ou seja, uma molécula
capaz de transportar um fragmento de DNA de um organismo para outro, como são
exemplos, o DNA dos virus e os Plasmídeos (fragmentos de DNA de forma circular
existentes nas bactérias). Para que o fragmento de DNA seja incorporado no
vector, é necessário que a mesma enzima de restrição que atua sobre o DNA atue
sobre o vector, de modo a criar uma sequencia nucleotídica complementar.
Finalmente, através da enzima DNA ligase, os dois segmentos de DNA são ligados,
produzindo uma nova molécula estável – o DNA recombinante. Com a nova molécula
de DNA recombinante formada, o vector é introduzido num organismo receptor, que
vai passar a possuir aquele gene de interesse e a proteína formada por esse
gene.
O processo básico da técnica
do DNA recombinante consiste em:
•
A enzima de restrição “abre” a molécula de DNA do plasmídeo num ponto
especifico.
• Com enzimas de restrição do mesmo tipo
abre-se outra molécula de DNA, que funciona como dadora, e isola-se o gene que
se quer inserir no plasmídeo.
•
O gene a inserir é colocado em contato com o plasmídeo, juntamente com um outro
tipo de enzimas, as ligases do DNA.
•
O gene passa a fazer parte do plasmídeo, que possui agora, para além dos seus
genes, o gene estranho que lhe foi inserido, isto é, possui um DNA
recombinante.
•
O plasmídeo recombinante em contato com bactérias pode introduzir-se nelas.
•
Estas bactérias funcionam como células hospedeiras, aceitam o plasmídeo e, com
ele, o novo gene. • A partir do DNA recombinante, o gene inserido passa a
comandar a síntese da proteína desejada.
DNA complementar
A técnica do DNA complementar tem como objetivo facilitar a produção de
proteínas de seres eucariontes em microrganismos. Os microrganismos não têm
mecanismos de maturação do mRNA, portanto quando se introduzem genes de
eucariontes nestes organismos, estes vão fazer a sua transcrição de forma ininterrupta,
ou seja, vão ler tanto os intrões (zonas não codificantes de proteínas) como
exões (zonas codificantes de proteínas) originando uma proteína diferente da
pretendida.
Este
processo é possível devido a ação da enzima transcriptase
reversa, que permite produzir DNA a partir de uma molécula de mRNA, e da enzima DNA
polimerase, que permite fazer uma copia de uma cadeia de mRNA maturado e
originar uma cadeia de DNA composta por exões.
Posteriomente
usa-se a DNA polimerase para formar uma cadeia complementar dessa cadeia de
DNA, originando uma molécula estável. Com isso, ao ser introduzida num
microrganismo, vai produzir uma proteína de interesse.
PARA SABER MAIS
5 TIPOS DE TRANSGÊNICOS QUE CONSUMIMOS SEM SABER
MILHO
Com
as variantes transgênicas respondendo por mais de 85% das atuais lavouras do
produto no Brasil e nos Estados Unidos, não é de se espantar que a pipoca
consumida no cinema, por exemplo, venha de um tipo de milho que recebeu, em
laboratório, um gene para torná-lo tolerante a herbicida, ou um gene para
deixá-lo resistente a insetos, ou ambos. Dezoito variantes de milho
geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da
Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização de OGMs.
ÓLEO
DE COZINHA
Os
óleos extraídos de soja, milho e algodão, os três campeões entre as culturas
geneticamente modificadas.
SOJA
No
mundo todo, o grosso da soja transgênica, vai direto para a alimentação dos
animais, o seu subproduto que é o óleo, é o que consumimos e há ainda o leite
de soja, tofu e bebidas de frutas, todos possuem proteínas transgênicas, a não
ser que tenha vindo de uma soja não transgênica.
ABOBRINHA
Seis
variedades de abobrinha resistentes a três tipos de vírus são plantadas e
comercializadas nos Estados Unidos e Canada. Ela não é vendida no Brasil ou na
Europa.
FEIJÃO
A
Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conseguiu em 2011 a aprovação na
CTNBio para o cultivo comercial de uma variedade de feijão resistente ao vírus
do mosaico dourado, tido como o maior inimigo dessa cultura no país e na
América do Sul. As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros –
livre de royalties – em 2014, o que pode ajudar o país a se tornar
autossuficiente no setor. É o primeiro produto geneticamente modificado
desenvolvido por uma instituição pública brasileira.
·
Em 1990 foi criada a primeira vaca
transgênica para produzir leite com proteínas do leite humano para crianças.
·
O primeiro experimento bem-sucedido em
campo ocorreu em 1990 pela empresa Calgene com plantas de algodão geneticamente
modificadas resistentes ao herbicida Bromoxynil.
·
Em 1994 foi aprovado para a
comercialização o primeiro produto destinado a alimentação proveniente da
biotecnologia vegetal: o tomate transgênico Flavr Savr TM, que tem seu
amadurecimento retardado.
·
Foi aprovada em 1994 a primeira planta
transgênica, desenvolvida pela Monsanto, uma variedade de soja
designada Roundup Ready TM, resistente a
um herbicida (glifosato).
·
O arroz dourado, enriquecido com
betacaroteno, foi desenvolvido na Alemanha em 2000.
A era dos mosquitos transgênicos
Você nasce, cresce, chega à
idade adulta. Em dado momento, sai por aí em busca da sua cara-metade - ou,
colocando a questão menos romanticamente, atrás de alguém para satisfazer o
impulso de fazer sexo (ah, os hormônios...). O problema, por assim dizer, é que
você carrega um segredo dentro de si. Um segredo terrível, que vai destruir a
sua própria espécie.
Parece um conto bíblico, mas é real: é a história do OX513, um mosquito
geneticamente modificado que foi criado pelo homem com a missão de
extinguir o Aedes aegypti e
acabar com a epidemia de dengue. Depois de criar versões transgênicas de
plantas como o milho e a soja, agora a humanidade modifica o DNA de um bicho e
se prepara para liberá-lo na natureza. Aqui mesmo no Brasil - onde fica a
primeira fábrica de mosquitos transgênicos do mundo.
PESTE ALADA
Mosquitos são criaturas terríveis. Estima-se que eles tenham sido responsáveis
por metade de todas as mortes de seres humanos ao longo da história. Ou seja,
mataram mais gente do que qualquer outra coisa. Isso acontece porque, como se
multiplicam rápido e em enormes quantidades, são excelentes transmissores
de doenças - como a dengue, que é causada por um
vírus chamado DENV.
O mosquito pica uma pessoa infectada, adquire o vírus, e o espalha para outras
pessoas ao picá-las também. A dengue é uma doença séria, que pode matar, e um
grande problema no Brasil: em 2013, o Ministério da Saúde registrou 1,4 milhão
de casos, mais que o dobro do ano anterior. Tudo culpa do Aedes aegypti. Ele é
um mosquito de origem africana, que chegou ao Brasil via navios negreiros, na
época do comércio de escravos. E hoje, impulsionado pela globalização, levou a
dengue a mais de cem países (na década de 1970, apenas nove tinham epidemias da
doença). Os números mostram que, mesmo com todos os esforços de combate e
campanhas de educação e prevenção, o mosquito está ganhando a guerra.
Entra em cena o OX513A, que foi criado pela Universidade de Oxford, na
Inglaterra. Ele é idêntico ao Aedes aegypti - exceto por dois genes
modificados, colocados pelo homem. Um deles faz as larvas do mosquito brilharem
sob uma luz especial (para que elas possam ser identificadas pelos cientistas).
O outro é uma espécie de bomba-relógio, que mata os filhotes do mosquito.
A ideia é que ele seja solto na natureza, se reproduza com as fêmeas de Aedes e
tenha filhotes defeituosos - que morrem muito rápido, antes de chegar à idade
adulta, e por isso não conseguem se reproduzir. Com o tempo, esse processo vai
reduzindo a população da espécie, até extingui-la (veja no final deste texto
como o processo funciona).
Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, um órgão do
Ministério da Ciência e Tecnologia, aprovou o mosquito. E o Brasil se tornou o
primeiro país do mundo a permitir a produção em grande escala do OX513A - que
agora só depende de uma última liberação da Anvisa. A Oxitec, empresa criada
pela Universidade de Oxford para explorar a tecnologia, acredita que isso vai
ocorrer. Tanto que acaba de inaugurar uma fábrica em Campinas para produzir o
mosquito.
O OX513A já foi utilizado em testes na Malásia, nas Ilhas Cayman (no Caribe) e
em duas cidades brasileiras: Jacobina e Juazeiro, ambas na Bahia. Deu certo.
Deu certo mas, esse mosquito
pode sofrer alguma alteração e transmitir uma outra doença ao homem? Ou essa é
uma hipótese descartada? Como ter certeza?
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